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Biografia de Elis Regina: conheça a história de uma das maiores cantoras do Brasil

No dia 17 de março de 1945, nascia uma das maiores artistas brasileiras de todos os tempos. Por isso, decidimos comemorar esta data especial trazendo a biografia de Elis Regina com muito capricho para você.

Elis Regina cantando em show
A carismática, fantástica e única Elis Regina em ação (Foto/Reprodução/Internet)

A cantora é, de fato, personagem indispensável da história da música brasileira. Assim, se destacou por apresentar indiscutível talento, forte postura e muita presença no cenário artístico do nosso país. Enfim, vamos lá conhecer mais sobre essa querida figura!

Os momentos mais marcantes da biografia de Elis Regina

Hoje você vai saber um pouco mais sobre a infância, o início precoce da carreira, o auge e o trágico fim da intérprete. Elis viveu apenas 36 anos, mas com muita intensidade. Então, conheça agora os principais fatos da biografia de Elis Regina:

O nascimento e o destaque precoce

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, sendo a primeira filha de Romeu e Ercy. Apesar de tímida, já gostava de cantar desde pequenininha. Ela tinha também um grande desejo de tocar piano e, ao estudá-lo, demonstrou ter bastante facilidade com o instrumento.

Ainda assim, ela precisaria ter o instrumento em casa para continuar progredindo, mas tal aquisição seria pesada para o bolso dos pais. “Entre comer e ter um piano, eles optaram por comer, o que eu também achei ótimo” – brincou a cantora, certa vez.

As primeiras oportunidades

A pequena Elis começou cantando em um programa da Rádio Farroupilha, chamado Clube do Guri, apresentado por Ary Rego, figura muito famosa da época. No entanto, a primeira apresentação não foi lá muito bem, por conta de um sangramento no nariz que a menina tinha quando ficava nervosa.

Mesmo assim, alguns anos depois, a guria voltou ao programa e, aos poucos, começou a se destacar. No fim das contas, acabou indo para a concorrente, a Rádio Gaúcha, com salário e tudo, aos 13 anos.

O primeiro disco e as mudanças

Seu primeiro álbum veio pela gravadora Continental, em 1961. O Viva a Brotolândia era uma tentativa da empresa de ter “sua própria Celly Campello”, que na época cantava em uma gravadora concorrente, a Odeon. Por isso, o resultado foi um tanto limitado, já que Elis precisou imitar outra artista, sem poder mostrar toda sua personalidade.

Em 64, ciente de seu potencial, a cantora decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, onde acreditava que as coisas aconteceriam com mais facilidade. De fato, após um tempo na gravadora CBS-Columbia, Elis acabou se firmando na Phillips. Logo depois, a menina foi trabalhar na TV Rio, onde apresentou o programa Noite de Gala.

Pouco tempo após a ida para a cidade carioca, a gaúcha decidiu se mudar novamente, dessa vez para São Paulo. Foi lá que, em 1965, fez sua estreia no famoso Festival de Música Popular Brasileira.

A consagração e O Fino da Bossa

A música escolhida para o festival foi Arrastão, vencedora do concurso e que deu a Elis o prêmio de Melhor Intérprete do evento. Realmente, foi a sua consagração em todo o país. Veja o registro em vídeo:

Além disso, foi nessa época que Elis criou alguns de seus movimentos característicos no palco, que viriam a se tornar marcantes. Enquanto cantava, abria os braços com as mãos espalmadas e, às vezes, os girava freneticamente.

Ainda em 65, Elis Regina passou a apresentar, ao lado do cantor Jair Rodrigues, o programa O Fino da Bossa. A partir daí, os dois lançaram uma série de três discos em parceria, intitulada Dois na Bossa. Inclusive, o álbum de estreia do projeto foi o primeiro LP brasileiro a vender mais de um milhão de cópias. Ouça o disco na íntegra:

Elis contra a Jovem Guarda

Nesse período, a nossa cantora também começou a se estranhar com a Jovem Guarda, que passava a fazer sucesso na TV. Bastante competitiva, a cantora ficou revoltada com a concorrência, chamando o estilo de “submúsica” e “barulheira”.

Talvez influenciada por essa competitividade, em seguida a intérprete gravou aquele que seria considerado por muitos o seu melhor disco nos anos 60: Elis. Aliás, foi esse álbum que revelou para o país artistas até então desconhecidos, como Gilberto Gil e Milton Nascimento, que participaram ativamente da composição das faixas.

Os casamentos da estrela

O primeiro casamento de Elis Regina foi com o compositor Ronaldo Bôscoli, um dos diretores de O Fino da Bossa. Dessa união, nasceu o primeiro filho da artista, João Marcelo Bôscoli, produtor musical de destaque atualmente.

Já os filhos Pedro Mariano e Maria Rita, hoje cantores, vieram de seu segundo casamento, com o pianista César Camargo Mariano. No período da separação com Bôscoli, Elis começou a trabalhar com o músico, que se tornou seu produtor. Por fim, após algumas investidas de Elis, o tímido César acabou aceitando a união.

Ditadura militar: um golpe na biografia de Elis Regina

Durante uma turnê na Europa, Elis Regina falou mal da Ditadura para uma revista holandesa. Por conta desse episódio, a cantora ficou marcada no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) como opositora do regime.

Em 1972, a artista foi obrigada pelos militares a cantar o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército. Logo, quem não apoiava o regime passou a vê-la como “traidora”, com destaque para Henfil, cartunista importante na cultura de resistência à ditadura.

Na época, o aclamado chargista chegou a compará-la com um cantor que certa vez fez um show na Alemanha a convite de Hitler.

A partir daí, Elis Regina, tomada pelo trauma, caiu de vez em um repertório de MPB, e mostrou-se totalmente engajada como oposição à Ditadura. Dessa forma, somou e muito na luta social comandado pela classe artística nesse período.

E os anos 70 continuam…

A década de 1970 ainda guardava boas novidades para a cantora e seus fãs. Foi na primeira metade desses dez anos, por exemplo, que foi gravado o histórico LP Elis & Tom.

Nesse álbum, ao lado de Tom Jobim, a cantora marcou seu nome como uma das principais artistas da bossa nova. Confira, abaixo, a memorável performance de Águas de Março dos dois artistas:

Outro momento importante da biografia de Elis Regina foi o espetáculo Falso Brilhante, de 75. A peça, que contava sua trajetória, também deu origem a um disco gravado em estúdio.

Nesse LP, Elis seguia sua tradição de trazer para os holofotes artistas talentosos e não muito conhecidos até então. Está nesse disco, por exemplo, a clássica Como Nossos Pais, composta por Belchior. Sem dúvidas, é uma das mais famosas interpretações da cantora.

Uma despedida precoce

Elis e seu então namorado, o advogado Samuel MacDowell, haviam discutido por conta da decisão de morarem ou não juntos. No dia seguinte, 19 de janeiro de 1982, Elis ligou para o companheiro em tom conciliador, mas aos poucos sua voz foi ficando esquisita.

Em seguida, ela parava de responder. Apavorado, Samuel pegou um táxi em direção à casa da artista, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Após arrombar a porta, o advogado encontrou Elis com o rosto roxo, já desacordada. Enfim, dois dias depois, a causa da morte foi revelada: uma overdose provocada por cocaína e álcool. 

Terminava ali a marcante e breve trajetória de uma das maiores e melhores cantoras do Brasil de todos os tempos. Felizmente, ela nos deixou um vasto repertório de música brasileira, com canções repletas de uma profundidade emocional incomparável, em interpretações únicas.

Viva Elis!

Compartilhe a biografia de Elis Regina e homenageie a ídola!

Agora que você já sabe tudo sobre a biografia de Elis Regina, que tal compartilhar este post com seus amigos? Afinal, essa é uma ótima forma de valorizar e manter viva a memória de uma de nossas artistas mais importantes da história!

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