Cifra Club

Biografia de Milton Nascimento: a história de um dos maiores nomes da MPB

Conheça a trajetória de um dos grandes personagens da música brasileira nesta biografia de Milton Nascimento.

A biografia de Milton Nascimento é marcada pelo talento reconhecido nacional e internacionalmente, parcerias diversas e legado sólido ao longo dos anos. Apesar de nascido no Rio de Janeiro, Milton é mineiro de coração e levou todas essas nuances em um repertório inovador para o mundo todo.

Milton Nascimento em sessão de fotos com seu violão
Milton Nascimento está marcado para sempre na história da música brasileira (Foto: Divulgação)

Nesse sentido, consolidou sua carreira e se tornou uma das vozes mais importantes da história da MPB, conquistando prêmios e influenciando outros artistas. Agora, aos 80 anos, o artista celebra seu aniversário e a aposentadoria dos palcos, mas sem jamais abandonar a música.

Para celebrar sua trajetória, listamos curiosidades sobre Milton Nascimento, sua vida e como ele elevou a música brasileira a outro patamar. Vem com a gente!

Qual a história de Milton Nascimento?

A história de Milton Nascimento tem início em uma favela da Tijuca, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, Milton Silva Campos do Nascimento foi abandonado pelo pai e criado pela mãe, empregada doméstica.

Porém, antes mesmo de completar dois anos, ele ficou órfão da mãe e foi levado para viver com a avó, em Minas Gerais. Bem com sua mãe, a avó também era empregada doméstica e trabalhava na casa da professora de música Lília Silva Campos.

A professora não conseguia ter filhos e se afeiçoou a Milton, propondo uma adoção. Assim, sua avó concordou, desde que pudesse continuar a vê-lo e que ele seguisse com seu nome de registro.

Como resultado, Milton mudou-se para Três Pontas e permaneceu como filho único até que a família adotasse seus irmãos e também tivessem uma filha biológica.

Ainda criança, foi apelidado de “Bituca”, por fazer bico quando era contrariado. O apelido continuou na fase adulta e o acompanhou ao longo da carreira.

Por influência da mãe, ele começou a se interessar por música e, logo aos quatro anos, ganhou sua primeira sanfona. Anos depois, aos 13, foi crooner do grupo musical de baile de Três Pontas e de lá não parou mais.

Assim, ao investir na carreira, Milton não quis ter filhos, teve um casamento anulado e não se casou mais, vivendo sozinho até 2005. Bem como em sua história, ele adotou seu filho Augusto, aos 13 anos de idade, que vivia em Juiz de Fora. O artista já afirmou que seu filho é o maior presente que recebeu. Inspirador, não é?

Início da carreira musical

Falar de Milton Nascimento é também falar de Clube da Esquina. Afinal, foi junto ao grupo que ele criou álbuns memoráveis para a música nacional. Inclusive, o projeto lendário ganhou o prêmio de melhor disco brasileiro de todos os tempos.

Mas se engana quem pensa que sua carreira musical começou direto no Clube da Esquina. Após a atuação como crooner, Milton flertou com a formação do grupo Som Imaginário – banda que o acompanhou posteriormente – ao lado do amigo Wagner Tiso.

Em seguida, eles se uniram aos irmãos de Wagner, Wesley e Wanderley, formando os W’s Boys. O grupo se apresentava em bailes de Três Pontas.

Porém, Bituca não parou por aí. Em 1962, ele gravou Barulho de Trem, sua primeira canção profissional.

No ano seguinte, seguiu rumo a Belo Horizonte para estudar Economia, mas a paixão pela música falou mais alto e moldou o seu destino.

Foi numa esquina de BH que o histórico grupo nasceu: o ponto de encontro entre as ruas Paraisópolis e Divinópolis.

Em 63, Milton se mudou para o Edifício Levy, onde a família Borges vivia. Assim, ao descer a escadaria do prédio para ir comprar pão, Lô Borges ouviu Bituca tocando. Nascia ali uma amizade, não somente com Lô, mas também junto aos irmãos Marilton e Márcio, fundamentais nas futuras composições.

Dessa forma, a parceria deu tão certo que logo Milton, Lô e Márcio se uniriam a Wagner Tiso, iniciando a formação. Além disso, os amigos Fernando Brant, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga também se juntariam, nascendo o Clube da Esquina.

O conceito partiu da ausência de orçamento para frequentar as festas da cidade e a união dos jovens na tal esquina para vivenciar a música.

Clube da Esquina: um capítulo à parte na biografia de Milton Nascimento

Apesar da união ocorrer em 63, foi somente nos anos 70 que a banda lançou seu primeiro LP, o duplo Clube da Esquina. Além da capa inspiradora para os artistas atuais, o álbum conta com canções como Paisagem na Janela e Um Girassol da Cor de Seu Cabelo.

Como resultado dessas canções, o grupo se tornou reconhecido como um movimento tão importante quanto foi a Tropicália.

Anos depois, após o lançamento do primeiro álbum, Flávio Venturini e Murilo Antunes se juntam aos demais, quando divulgaram o Clube da Esquina 2.

Ao contrário do primeiro trabalho, que propunha inovações musicais, o segundo disco aposta em um lado mais melódico. Nesse sentido, inclui as canções Maria Maria e Nascente, regravadas por diversos artistas, como Legião Urbana.

Quais são as obras representativas de Milton Nascimento?

Não foi apenas ao lado do Clube da Esquina que Bituca fez sucesso. A biografia de Milton Nascimento é composta por mais álbuns importantes, parcerias de peso e músicas que se tornaram hinos.

Nesse sentido, sua discografia é marcada por mais de 40 discos. Entre eles, destacam-se Minas e Geraes, que, apesar de lançados em anos distintos, apresentam uma sinergia de sonoridades.

O primeiro deles, Minas, apresenta canções emblemáticas, como Paula e Bebeto, Fé Cega, Faca Amolada e a melódica Ponta de Areia. Já o álbum Gerais traz parcerias com Chico Buarque nas músicas O Cio da Terra e O Que Será? (À Flor da Pele).

Indo além desses dois álbuns citados, estão entre suas famosas obras Caçador de Mim e Nos Bailes da Vida. A última é em parceria com o Roupa Nova, banda de quem Milton é padrinho.

Nesse sentido, ele construiu uma relação de apadrinhamento não só com o grupo, mas com artistas como Maria Rita. Depois de participar do álbum Pietá, a filha de Elis Regina também gravou Encontros e Despedidas com Milton Nascimento.

Por fim, Coração de Estudante – hino do movimento Diretas Já – e Canção da América, usada como homenagem a Ayrton Senna, merecem destaque.

Dentre as colaborações internacionais, estão artistas renomados, como Wayne Shorter, Pat Metheny, Bjork, Peter Gabriel, Duran Duran, Herbie Hancock e Quincy Jones.

O legado fora dos palcos

Faz parte de quem é Milton Nascimento sua atuação fora dos palcos, onde ganhou títulos e contribuiu para o ensino da música. Nesse sentido, o artista recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Ademais, recebeu a mesma nomeação pela Berklee College Music, dos Estados Unidos.

Mais do que premiações, Milton inspirou a Bituca – Universidade de Música Popular, criada pelo Ponto de Partida, com Ian Guest como um de seus mestres.

Vencedor de cinco Grammys, foi tema de escola de samba e compositor da trilha de um dos filmes de Ruy Guerra, onde também atuou. Hoje, aos 80 anos, celebra sua carreira em uma turnê de despedida dos palcos, mas jamais da música.

Agora que você já sabe um pouco mais da biografia de Milton Nascimento, que tal compartilhar com seus amigos este post? Assim, vocês se preparam juntos para celebrar este gigante da música!

Foto de Laryssa Costa

Laryssa Costa

Jornalista, também graduada em Letras e com especialização em Música e Negócios. Amante e pesquisadora da música, viciada em shows e biografias. Escreve para o Cifra Club desde junho de 2021.

Leia também

Ver mais posts

Cifra Club Pro

Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
Cifra Club Pro
Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
OK