Milonga afeita à luz de candeeiro
Na ponta dos dedos traduz um violão
Conforme a dor tapeia um sombrero
Tenteando o cabresto da imaginação
Milongueia, vida boa,
Milongueia em “riba” dos animais
Milongueia, nem que doa,
Milongueia ao tranquito, “no más”...
Milonga aberta às léguas do tempo,
Arrasta os arreios olhando pro chão,
Conforme for carneia pro assado
Atando o cavalo de frente ao galpão...
Milongueia, vida boa,
Milongueia em “riba” dos animais
Milongueia, nem que doa,
Milongueia ao tranquito, “no más”...
Milonga atenta ao gado novilho,
Num baio rosilho é só coração
Soltando a mão ponteia o que sabe
Nas horas do mate e de solidão...
Milongueia, vida boa,
Milongueia em “riba” dos animais
Milongueia, nem que doa,
Milongueia ao tranquito, “no más”...
Me agrada a prosa milongueando campo fora
Quando a vida se acomoda junto ao pé do fogão,
Me lava a alma conversar com a matungada,
Apartando a terneirada com as “ovelha” em criação...
Milongueia, vida boa,
Milongueia em “riba” dos animais
Milongueia, nem que doa,
Milongueia ao tranquito, “no más”...
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