Quem me quiser há-de saber as conchas A cantiga dos búzios e do mar Quem me quiser há-de saber as ondas E a verde tentação de naufragar Quem me quiser há-de saber as fontes A laranjeira em flor, a cor do feno A saudade lilás que há nos poentes O cheiro da maçã que há no inverno Quem me quiser há-de saber a chuva Que põe colares de pérolas nos ombros Há-de saber os beijos e as uvas Há-de saber as asas e os pombos Quem me quiser há-de saber a espuma Em que sou um turbilhão subitamente Ou então não saber coisa nenhuma E embalar-me ao peito, simplesmente