A cadela Annie Anfetamina
Tem sua coleira e uma máscara
Sua suave depressão, sua determinação acorrentada
Sua maldição do diamante, vem junto com a minha

Um recipiente feminino, pro meu eu violento
Forças da persuasão despertas
Minha, minha, fostes sempre minha
Possuída pelo meu gosto

E lá embaixo a cadela inocente
Escova seus cabelos e canta seus salmos
As bombas explodem, ela não nota
Tudo fica errado, ela dramatiza as coisas
Ela é Vênus, ela é Marte
Ela é Elétrica, e a batalha delas

Sobre o meu rosto não deixamos vestígio
Mas no estômago dela mercúrio envelheceu

Ela segura o sangue, ela entalha as facas
Ela entrincheira as esposas em nossos bebês

A cadela Annie Anfetamina
Carrega seu lixo e suas estórias
De lugar a lugar, e cama a cama
Dôou a si mesma e o ponteiro da bússula

Outro chão, outro telhado
Contando estrelas de duplo sentido

É errado se afundar totalmente?
Desaparecer dentro dela?
Dá-la a inestimável paz
De abir mão do comando?

Sem querer nós caímos na rua
E a Cadela Annie ela arrasta sua coleira
Carinha bonita, boquinha feia
Criada amargamente e depois abandonada

E pelo não, e pelo sim
Annie continua se já não dava pra saber

Um simples homem, um adulador
Seu elefante com o berro gargalhante
Ela quer lençois limpos, e flores vicejantes
E tratamento dental, e as pedras do ouro branco

A cadela Annie Anfetamina
Tem sua coleira e uma máscara