Um doutor muito famoso Médico muito conhecido Parou seu carro num posto de gasolina de madrugada E foi atendido por um rapaz muito simpático Que olhou dentro dos seus olhos e perguntou Você sabe quem eu sou Adivinha seu Doutor Dê um pulo no passado, busca seu interior Quem tropeça, em tanta gente E até pisa em outros mais Não vai saber de repente quem será esse rapaz Se ainda não sabe quem sou Eu refresco a sua memória Numa madrugada fria, começava nossa história Uma moça, desvalida, dessas pobres de dar dó Lhe pediu uma carona, era frio, e estava só O doutor a socorreu, foi muita bondade até Mas cobrou um pouco caro Por um pão e um café Num hotel de quinta classe, minha mãe amanheceu Mas já Não estava sozinha Porque já existia eu Viajei naquele ventre, dia-noite noite-dia O nome dela se Não lembra Eu sou filho de Maria Não me trate por seu filho Que talvez não retribua Pois o pai que me criou, foi o mundo, foi a rua Nem pergunte por mamãe Que ela mal me conheceu Pois por falta de um doutor No meu parto ela morreu