El Bobo
Ricardo Arjona
El Bobo
Con la fuerza de un tren militar
Se desplaza el presente sin ley
El pasado no va a regresar
Y el azar seguirá siendo el rey
Te pondrás como yugo el reloj
Y saldrás a la calle a morir
Verás filas de idiotas sin fin
Fracasados haciéndole al coach
Socialistas con chef Michelin
Dictadores haciendo el approach
Seguirás la costumbre del tedio
Y buscarás por rutina el amor
Irás a un altar por cumplir
La costumbre del gueto social
Pensarás que es cómo hay que vivir
Y llorarás escondido
Pensarás que has vivido
Y a esperar como un bobo el final
Te pondrás ese jeans y a soñar
Con las cosas que nunca tendrás
Vendrán hijos, que van a volar
Cada amigo traerá su antifaz
Tendrás dietas, complejos y vicios
Y algún Dios que consuele el dolor
Habrá cuesta cada fin de mes
Presupuestos que no alcanzarán
Ser feliz puede ser pa' después
Y llorarás escondido
Pensarás que has vivido
Y a esperar como bobo el final (ey)
Te harás viejo y, con suerte, un doctor
Pospondrá' tu final pa' después
Te pondrán la corbata mejor
En tu traje final de ciprés
Si dejaste algún bien, lograrás
En tu nombre, una riña de adiós
No sabrás si después hay después
Igual no tendrás nada que hacer
No se puede vivir al revés
Y llorarás escondido
Pensarás que has vivido
Y a esperar como un bobo el final
Com a força de um trem militar
O presente vai passando, sem lei
O passado não vai voltar
E o acaso continuará reinando
Você vai correr contra o tempo
E irá pra rua para morrer
Você vai ver filas infinitas de idiotas
Fracassados dizendo que são coach
Socialistas com estrelas Michelin
Ditadores fazendo o approach
Você vai se acostumar com o tédio
E vai procurar o amor por obrigação
Você subirá num altar para cumprir
Os padrões impostos pela sociedade
Vai pensar que é assim que você deve viver
Você vai chorar escondido
Achando que viveu alguma coisa
E vai esperar como um trouxa pelo fim
Você vai vestir aquele jeans e sonhar
Com as coisas que nunca terá
Você vai ter filhos, que vão voar
Todos os amigos usarão máscaras
Você terá dietas, complexos e vícios
E algum Deus para confortar a dor
As dívidas chegarão no final do mês
Orçamentos que não serão o suficiente
Ser feliz pode ficar para depois
Você vai chorar escondido
Achando que viveu alguma coisa
E vai esperar como um trouxa pelo fim
Você vai ficar velho e, se tiver sorte, será médico
Adiará seu fim para mais tarde
Eles vão ajeitar a sua gravata
No seu último terno de cipreste
Se você deixou algum bem, vai conseguir
Uma briga de despedida em seu nome
Você não vai saber se depois terá um depois
De qualquer forma, você não terá nada para fazer
Não dá para viver ao contrário
Você vai chorar escondido
Achando que viveu alguma coisa
E vai esperar como um trouxa pelo fim
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